Salvador Dalí: Explorando o Surrealismo do Mestre em uma Experiência Imersiva

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Pela primeira vez no Brasil - e no mundo -, 100 das obras mais importantes de Salvador Dalí, o mestre do surrealismo, estarão expostas ao mesmo tempo, em novos suportes contemporâneos. Quadros como A Persistência da Memória (1931), O Cristo de São João da Cruz (1951) e Construção Suave com Damascos Cozidos (1936) poderão ser contempladas em paredes gigantes, como parte integrante da mostra Desafio Salvador Dalí: Uma Exposição Surreal na FAAP. Além de quadros e esculturas, as peças também incluem criações de Dalí em áreas como ourivesaria, cinema e publicidade.

Exposição imersiva 'Desafio Salvador Dali: Uma Exposição Surreal' mergulha na obra e na mente do pintor surrealista. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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Como a tecnologia e imersão tornam a exposição única?

A exposição, que estreia nesta quarta-feira, 1º, no Museu de Arte Brasileira (MAB) da FAAP, aposta em tecnologia e imersão para oferecer um mergulho na obra do artista, que produziu milhares de peças durante as seis décadas em que permaneceu ativo. Mais de 100 conteúdos expositivos inéditos, incluindo um áudio-relato em formato de podcast, estarão disponíveis para o público. Na mostra, também será possível conferir uma reprodução do ateliê onde Dalí trabalhava e fazer uma viagem de realidade virtual entre suas obras.

Quais são as áreas expositivas presentes na mostra?

“Esta é uma oportunidade única de ver as obras mais importantes de Dalí reunidas em um único lugar - o que seria impossível fisicamente”, explica Roberto Souza Leão, fundador do Instituto Totex, responsável pela organização da mostra. “São peças que estão espalhadas por mais de 20 museus e coleções particulares do mundo, selecionadas cuidadosamente para representar a produção mais importante de cada etapa da vida dele: desde a primeira exposição, coletiva, aos 16 anos, até a final.”

O que torna o Ateliê Daliniano tão especial?

O Ateliê Daliniano merece um destaque à parte. Hoje um museu, o espaço original era o local de trabalho preferido de Dalí - que o descrevia como ‘um caso planetário único de pacificação geográfica’. O ambiente influenciou alguns dos principais trabalhos do pintor, como El Cristo (1951), El Descubrimiento de América (1958) e os inúmeros retratos que fez de sua esposa, Gala. “É interessante porque era um ambiente prosaico”, afirma Bonfá. “As pessoas veem uma obra monumental e imaginam um espaço diferente, mas Dalí dava asas à sua imaginação em um ambiente com chão de lajotas, cadeira de palha, cavalete e uma janela com paisagem bucólica”.

A exposição mostra a dimensão da obra do artista. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Os recursos tecnológicos permitem uma visão ampliada da genialidade de Dalí. “Colecionadores e especialistas conseguiram ver detalhes até então despercebidos graças ao tamanho das peças”, conta Souza Leão. “São detalhes que, às vezes, eram indetectáveis mesmo com lupas.”

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Como a exposição busca democratizar o acesso à arte?

O emprego da tecnologia também democratiza a mostra, acreditam os organizadores. “No Brasil, menos de 5% da população tem iniciação no mundo da arte. Então a gente precisa democratizar o acesso, acolher o público, sem a inibição que museus tradicionais às vezes causam. A tecnologia atrai esse público”, explica Souza Leão. “Ela traz ao mesmo tempo o potencial educativo de falar da obra monumental de Dalí, do seu potencial pictórico e da sua personalidade excêntrica, abordando também sua vida e apresentando seus multitalentos”, complementa Bonfá.

Celita Procopio de Carvalho, presidente do conselho de curadores da FAAP, diz que a expectativa de público é a mais alta possível. “O Brasil é o primeiro país a receber esta exposição, sob licença e supervisão da Fundação Gala-Dalí, que, depois, seguirá para outros países. Esperamos um público amante das artes, ávido por cultura e por conhecer mais sobre esse multiartista fascinante. É um mergulho no surrealismo que promete impactar profundamente os visitantes de todas as idades”, diz. A mostra marca uma retomada da instituição ao circuito das artes.

O que o Surrealismo representou na história da arte?

Em 2024, o Surrealismo completa 100 anos. O movimento nasceu em outubro de 1924, quando o poeta francês André Breton publicou o primeiro Manifeste du surréalisme - defendendo o ‘automatismo psíquico em estado puro’, ‘ditado pelo pensamento, na ausência de qualquer controle exercido pela razão, isento de qualquer preocupação estética ou moral.’

Óculos de realidade virtual ajudam a melhorar a experiência no mergulho à mente de Salvador Dalí. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

“Foi um movimento crucial. Surgiu em tempos de incerteza e representou um certo tipo de abertura, havia esse objetivo de abrir janelas mentais, de quebrar a ordem e as convenções estabelecidas”, explica Montse Aguer, diretora dos Museus Dalí e figura próxima ao pintor. “Foi um movimento que pretendia influenciar todos os campos do conhecimento. Queria oferecer-se como forma de viver, até de ser, e hoje está hoje integrado na cultura de massas e na cultura popular, no sentido de evocar o estranho e o misterioso.”

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